Resumo Cap. 6. SAUTCHUK, I. Prática de Morfossintaxe. São Paulo. Manole, 2010.
Já sabemos que nada na língua funciona sozinho,ou seja,sempre serão necessários dois ou mais elementos linguísticos para que se efetue uma unidade significativa ou comunicativa.Do morfema ao texto,o que temos é sempre uma relação de unidade de nível linguístico inferior compondo outra unidade de nível superior,compondo assim uma Hierarquia Gramatical.
MORFEMA- PALAVRA- SINTAGMA- ORAÇÃO-TEXTO.
As orações são estruturadas a partir de seus constituintes imediatos-os sintagmas-formando o que chamamos de período simples é aquele formado por um único verbo,uma unica oração e o período composto é constituído de duas ou mais orações.Este pode ser articulado por dois processos: a coordenação e a subordinação.
Período composto por coordenação
São orações se ligam pelo sentido, mas não existe dependência sintática entre elas.
As orações coordenadas subdividem-se em:
Assindéticas- Não são introduzidas por conjunção.
Ex.: Trabalhou, sempre irá trabalhar.Sindéticas - São introduzidas por conjunção.
Esse tipo de oração se subdivide em:
1- Aditiva: ideia de adição, acréscimo. Principais conjunções usadas: e, nem, (não somente)... como também.
Ex.: O professor não somente elaborou exercícios como também uma extensa prova.
2- Adversativa: ideia de contraste, oposição. Principais conjunções usadas: mas, contudo, entretanto, porém...
Ex.: O professor elaborou um exercício simples, mas a prova foi bastante complexa.
3- Alternativa: ideia de alternância, exclusão. Principais conjunções usadas: quer...quer, ora...ora, ou...ou.
Ex.: Ou o professor elabora o exercício ou desiste de aplicar a prova.
4- Conclusiva: ideia de dedução, conclusão. Principais conjunções usadas: portanto, pois, logo...
Ex.: O professor não elaborou a prova, logo não poderá aplicá-la na data planejada.
5- Explicativa: ideia de explicação, motivo. Principais conjunções usadas: pois, porque.
Ex.: O professor não elaborou a prova, porque ficou doente.
Período composto por subordinação
As orações subordinadas são assim denominadas porque exibem uma dependência sintática,isso significa que podem exercer funções sintáticas.Assim,as orações substantivas equivalem a um sintagma nominal,as adjetivas a um sintagma adjetival e as adverbiais a um sintagma adverbial,contraindo funções sintáticas autorizadas pela base ou natureza morfológica desses sintagmas.Vejamos como isso ocorre.
Uma oração Substantiva,como o próprio nome indica,tem uma natureza morfológica substantiva e pode desempenhar as mesmas funções sintáticas que um sintagma nominal desempenharia,pois preenche os requisitos para isso.Observe:
(287)É pouco provável que os pássaros feridos sobrevivam.
É pouco provável a sobrevivência dos pássaros feridos.
A oração em destaque equivale perfeitamente a um sintagma nominal,portanto,de natureza morfológica substantiva (núcleo sobrevivência).Usando-se o sistema pratico de analise sintática,temos:
É pouco provável a sobrevivência dos pássaros feridos?
Sim,ela é pouco provável.
O sintagma nominal funciona sintaticamente como sujeito,dentro dessa oração substantiva temos a subordinada substantiva Subjetiva,substantiva Objetiva direta,substantiva Predicativa,substantiva Apositiva,substantiva Objetiva indireta,e a substantiva Completiva Nominal.
Já uma oração Adjetiva será representada por um sintagma adjetival,e como,tal,funcionara sempre como um modificador do núcleo de um sintagma nominal.Já vimos anteriormente,em relação ao período simples,que os sintagmas de base ou natureza adjetival podem funcionar como predicativo ou como adjunto adnominal.Relembrando:
(296) A candidata,muito nervosa,resolvia uma prova complexa.
O sintagma adjetival muito nervosa é autônomo e,como tal,funciona como predicativa do sujeito.O sintagma adjetival complexa é interno(mero modificador do núcleo substantivo prova do objeto direto uma prova complexa) e funciona,nesse caso,como adjunto adnominal.
Podemos transformar ambos os sintagmas em destaque em orações subordinadas adjetivas,construindo um período composto.
A candidata,que estava muito nervosa,resolvia uma prova que era complexa.
Observe como,semanticamente,o sentido original do período simples se mantem,embora estilisticamente o novo período tenha ficado pior,em razão da repetição do conectivo que.A primeira oração adjetiva classifica-se como subordinada adjetiva explicativa (que funciona como um sintagma autônomo,separado por virgulas) e adjetiva restritiva(que equivale a um sintagma interno e sintaticamente componente de outro sintagma).A primeira é usada para acusar uma característica casual,imprevista,ainda que totalizadora enquanto a segunda indica sempre uma característica inerente,restita ao elemento qualificado.
E por fim a oração Adverbial onde sua equivalência é com um sintagma de natureza e função adverbiais.Exatamente como um adjunto adverbial,as orações subordinadas adverbiais indicam um circunstancia em relação á sua oração principal.Toda circunstancia encerra uma ideia,uma condição particular ou acidental que acompanha um fato.
Observe que podemos dizer apenas os pássaros cantam ou circunstanciar esse fato de diferentes maneiras,usando sintagmas:
Á noite os pássaros cantam sem alegria
Em seus ninhos os pássaros cantam como tenores.
Todos os sintagmas que ladeiam a oração central indicam uma circunstancia e funcionam sintaticamente como adjuntos adverbiais de tempo e lugar.
Orações Reduzidas.
Neste capitulo também temos as orações reduzidas que se apresenta sem conectivo e com o verbo numa formal nominal.
Ex: Penso em estar preparado.
Paralelismo sintático:
É um mecanismo de construção de enunciados que permite não só melhorar a clareza da expressão escrita, como também acrescentar a ele um toque de pura elegância estilística.