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quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Estudo dos termos da Oração (Período Simples)

 Estudo dos termos da Oração (Período Simples)

Os enunciados de um texto podem ser organizados sob a forma de períodos simples ou compostos. Desde que apresentem, respectivamente, uma única ou  mais de uma. No período composto, haverá uma relação sintática entre suas orações constituintes, podendo ser essa relação de simples superposição uma após a outra sem nenhuma dependência entre si, ou com variados tipos de dependência. Há dois processos básicos de relação sintática que ocorrem em períodos compostos no qual damos o nome de coordenação subordinada e subordinação, no qual são as relações sintáticas que ocorrem nos períodos simples. Tais relações ocorrem entre os diversos sintagmas que constituem essas orações, tendo o verbo como centro ou elemento fundamental dessa construção.  
                                                                                                                         
Toda oração deve apresentar um SV (sintagma verbal) como seu constituinte obrigatório, o mesmo não se pode dizer um outro constituinte , este de natureza gramatical e não meramente semântica: o sujeito. O sujeito é realmente uma noção gramatical e qualquer outra afirmação que se faça a seu respeito no intuito de defini-lo será de natureza semântica, sujeita a falhas. Em português as orações organizam-se mediante uma disposição dos sintagmas na cadeia falada que obedece a um determinado padrão de construção chamados de padrão sintático de construção:
SVC
Em que S = sujeito; V= verbo e C= Complemento
  Existem modelos de construções que podem ser expandidos ou transformados de infinitas maneiras, inclusive re-arranjados em outra ordem: são as numerosas possibilidades de se expressar uma ideia, por meio de enunciados mais ou menos complexos.

Estudo do sujeito oracional
O sujeito oracional é sempre de natureza substantiva, representado por um sintagma nominal, e depois, a de se ocupar preferentemente a posição primeira do SVC. Assim em qualquer tipo de enunciado, podemos lançar mão dessa dupla característica e propor um método prático de encontrar o sujeito das orações: todo termo da oração( não preposicionado) que poder ser substituído por um pronome reto ele(s), ela(s), será sujeito.  Após isolarmos a oração na qual pretendemos encontrar o sujeito, basta que a transformemos numa pergunta hipotética. A resposta, geralmente afirmativa, nos indicará o sujeito, colocando, os termos da oração automaticamente na ordem SVC.

                                 Caíram do varal as roupas estendidas?                                        
 Sim, eles caíram do varal.

Segundo  Sautchuk o princípio linguístico que rege esse método prático é aquele sustentado pelo fato de que apenas um pronome pessoal do caso reto pode substituir o sujeito da oração, pelo fato de serem ambos de natureza substantiva (não preposicionada). Nesse método prático deve sempre ocorrer algumas condições constantes no qual todo termo não substituído deve sempre ser repetido na resposta, ou seja, as respostas devem ser sempre completas, isso é importante para que se saiba exatamente qual os elementos que de fato constituem o sujeito oracional e para que não se confundam depois seus constituintes com os de outro termo sintático. Vemos também que o pronome concorda sempre, em gênero e/ou número, com o núcleo, do sujeito (núcleo do sintagma nominal); se todo sujeito expresso na oração é sempre representado por um sintagma nominal, obviamente nenhum sintagma preposicionado poderá ser ser sujeito; e por fim, o sujeito oracional é sempre representado por um sintagma autônomo.                                                                               
Esse método é particularmente funcional nos casos de orações construídas em ordem inversa ao SVC e que apresentem sujeito expresso. O sujeito quando expresso tem de ser necessariamente representado por um sintagma nominal básico: com o determinante + o núcleo do substantivo ou por palavra substantivada ou por pronome substantivo ─ ou expandido a partir do núcleo substantivo e acompanhado por seus determinantes e/ou modificadores.
A posição do sujeito padrão oracional do português é sempre a de um termo de natureza substantiva, mesmo que, no uso, nem sempre se possa trocar o termo por um pronome correspondente,( em alguns casos pode-se optar por qualquer demonstrativo neutro, como isso), em alguns casos o sujeito é expresso por pronomes substantivos, como os indefinidos ou os interrogativos, por exemplo:

                                         Alguém está batendo á porta?                                                       
Sim, ele(a) está batendo á porta.

    
Podemos observar que o sujeito nas orações apresentadas não é indeterminado, o que ocorre é que os pronomes que representam o sujeito indicam, semanticamente, algo indefinido, morfossintaticamente, todos eles ocupam uma posição sintagmática que poderia ser preenchida por um sintagma nominal. Tradicionalmente os sujeitos da oração são classificados como simples, composto, oculto (ou elíptico), indeterminado ou inexistente ( ou oração sem sujeito). Entretanto, saber o nome de um determinado tipo de sujeito não é tão importante quanto observar as várias possibilidades de esse termo se manifestar nas orações.                    

Sujeito Simples (SS)
 Ocorrerá quando for possível trocar um sintagma nominal por um só pronome reto
                                          Murcharam no vaso as flores rosas e amarelas?                               Sim, elas murcharam no vaso.

Sujeito Composto (SC)
Dois ou mais sintagmas nominas podem ser trocados por um só pronome reto:


Naquela oportunidade sumiram de casa alguns objetos e lembranças queridas?             Sim, eles sumiram de casa naquela oportunidade.


Sujeito Oculto (SO) (ou elíptico ou desinencial)
É marcado na própria desinência verbal, sem ser representado expressamente no enunciado, por um sintagma nominal. Não se troca nenhum sintagma nominal por pronome reto, mas acrescenta-se um só pronome á oração, justamente aquele único que pode ser articular ao verbo.
                           
                                     Entregaste as flores à aniversariante?                                                Sim,tu entregaste as flores à aniversariante.


Podemos observar que em português não existe sujeito oculto representado por um pronome de terceira pessoa do singular ou do plural, isso só ocorre em contextos em que haja pelo menos duas orações articuladas entre si, em um mesmo período ou não.

Sujeito indeterminado (SI)
 Ocorre quando contextualmente o desconhecemos ou desejamos que sua identidade permaneça desconhecida, Embora ele exista sintaticamente, não aparece expresso na oração. Neste caso, o verbo da oração fica necessariamente apenas em 3ª pessoa do plural ou do singular, acompanhado do pronome se.
               
                  Devemos lembrar que em relação a construções de verbos na 3ª pessoa do singular ou plural com o pronome se, há casos em que esse pronome funciona como pronome apassivador, ou seja casos de voz passiva sintética, onde a oração pode passar facilmente para a voz passiva analítica, indicando não ter sujeito determinado, mas apenas estar construída em uma das possibilidades de apassivar o sujeito em português. Neste caso, o verbo da oração deve ser necessariamente transitivo direto ou transitivo direto e indireto.

Orações sem Sujeito
São construções em português que correspondem àquela ausência significativa, ou seja àquela posição S que fica vazia no padrão SVC. São enunciados em que se diz que o verbo é impessoal, devendo permanecer sempre na 3ª pessoa do singular. É o caso de orações em que não se substitui nenhum sintagma nominal da oração por pronome reto e nem se acrescenta qualquer pronome à reto e nem se acrescenta qualquer pronome à oração.
                          Hoje fez muito calor em São Paulo?                                                  
Sim, hoje fez muito calor em São Paulo.

Se escrevermos uma frase, começando por qualquer sintagma que não seja sujeito, o leitor vai lendo...lendo no aguardo de um sintagma que assuma essa função. Observe:

·        “No início da sessão, com as portas fechadas, sem um único sussurro no ar, entre as sobras tímidas da sala...”

O enunciado vai sendo lido (ou ouvido), sintagma após sintagma, e se fica na espera de surgir um sintagma nominal que finalmente constituirá o apoio inicial, de um sujeito referente textual que funcione como o tópico que será desenvolvido. A autora afirma que a função do sujeito de uma oração ultrapassa a meramente gramatical ou sintática, uma vez que ele pode ser usado para desempenhar pelo menos três papéis comunicativos diferentes, estes, sim, de relevância semântica:
 Referente: aquilo sobre o que se declara algo;
Tópico: função textual de realce;
Agente: aquilo que pratica a ação expressa pelo verbo.

Quando se constrói uma frase com sujeito, ele estará representando o elemento ao qual se fará um comentário, realçando esse elemento na frase e, no caso de referir-se a um verbo que expressa ação, poderá representar também o agente dessa ação.  As orações sem sujeito em português, podem ter por si só, a carga semântica fechada, não apresentando, referência a um tópico/sujeito na construção frasal, ou funcionalmente como parte de um período composto, nas indicações de tempo decorrido.

Complementos verbais e predicação

Refere-se ao estudo da posição V, ocupada pelo verbo, seguida ou não pela posição de um complemento (C).

Predicação

Consiste em observar de que maneira se comporta o movimento semântico dos verbos quando têm uma carga de sentido que se concentra em si mesmo ou que se dirige, necessariamente, a um ou mais complementos obrigatórios. Não se pode afirmar a que tipo de predicação pertence determinado verbo, se este não tiver sido anteriormente “somado” a seu respectivo sujeito. Nos cados de orações sem sujeito, basta observar isoladamente o comportamento semântico do verbo.

Verbos de Ligação (Verbos Copulativos)

São verbos que servem para estabelecer ligação entre o sujeito e outro termo da oração. Não têm, mesmo somados ao seu sujeito, significação completa, podendo-se dizer que possuem 0% de carga semântica.  São esvaziados de sentido, comportando –se na oração como meros conectores. Constituem um pequeno acervo em português como: ser, estar, parecer, continuar, permanecer, ficar, tornar-se  e  alguns outros que acidentalmente em contexto específico podem ter esse tipo de função.

Verbo Significativo

Tal verbo detém toda um carga semântica representativa “ do mundo a nossa volta”  e, diferentemente dos copulativos, não é vazio de significado.

Verbo Intransitivo

Verbo que tem 100% de carga semântica (quando “somado” a seu sujeito), não havendo necessidade, de que esse sentido receba um complemento obrigatório. Exemplo:

O sol brilhava

Verbo Transitivo (VT)

É aquele que tem sempre uma carga semântica que pode estar parcialmente contida nele mesmo e ser completada por um ou mais complementos obrigatórios.

·         Transitivo direto (VTD): Quando o verbo transitivo pedir apenas um complemento obrigatório não regido de preposição, ou seja, um sintagma nominal de natureza substantiva. Esse complemento, receberá o nome de objeto direto.
O guarda-noturno disparou um tiro acidental.
·         Transitivo Indireto (VTI): Pede complemento obrigatório regido de preposição, isto é, um sintagma preposicionado e seu complemento será um objeto indireto.
Toda criança precisa de carinho.

·         Transitivo Direto e Indireto (VTDI):  O verbo poderá ter uma carga semântica a ser completada por meio de dois complementos ( sempre um direto e outro indireto ou vice-versa)

O porteiro exigiu documento (D) ao motorista (I).

O mesmo verbo pode ser usado transitiva ou intransitivamente, dependendo do sentido que se quis ou que se queira dar ao enunciado.

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