Uso da vírgula

Uso da vírgula: Pré-requisitos

Ordem direta

 Quando temos uma oração em ordem direta significa que eles dispõem na seguinte progressão:

Sujeito → verbo → complemento do verbo → adjunto adverbial

Exemplo:

As autoridades → Sujeito

visitaram → Verbo

o salão do automóvel → complemento do verbo

ás 10 horas. → adjunto adverbial

Ordem indireta

Quando sempre que a progressão descrita do item anterior (Ordem direta) for alterada.

Exemplo: Se colocarmos o adjunto adverbial antes do sujeito ou entre o sujeito e o verbo:

Ás dez horas, → adjunto adverbial

as autoridades → sujeito

visitaram → verbo

o salão do automóvel → complemento do verbo

As autoridades → sujeito

ás 10 horas, → adjunto adverbial

visitaram → verbo

o salão do automóvel → complemento do verbo

Nem sempre os termos da oração ocorrem dispostos em ordem direta:

·         há inversões;

·         há intercalações;

·         pode omissão de termos, que ficam ocultos na cadeia da frase.

Observação: Na linguagem escrita, esses fenômenos são habitualmente marcados por vírgulas.

A vírgula e as pausas

Não é certo afirmar que toda pausa na língua oral corresponde a uma vírgula na escrita. Se assim fosse, poderíamos confiar nos marcadores de pausa na pronúncia, e não seria necessário estudar regra alguma para o uso da vírgula. É verdade que muitas pausas da língua oral correspondem a vírgula na escrita, mas a implicação nem sempre é verdadeira, sobretudo porque:

·          a língua oral é mais livre de padrões estipulados  e mais sujeita à liberdade do falante;

·          A língua escrita é mais conservadora e mais apegada a usos adquiridos ao longo uso de uma tradição.

Em suma podemos afirmar que:

·         Pode haver pausas na língua oral que não sejam marcadas pela vírgula na escrita.

Exemplo:

O desenvolvimento normal da personalidade → sujeito                              
pressupões bom ambiente. → predicado

É possível notarmos que entre o sujeito e o predicado não se usa vírgula, embora, na fala, possa haver pausas, principalmente quando o sujeito contém vários adjuntos agregados ao núcleo.

·         Pode haver vírgulas na escrita que não correspondam a pausa na língua oral.

Exemplo :

Fique quieto,                                                                                                
menino → vocativo

No caso citado acima, pode não ocorrer pausa na fala, mas ocorre vírgula na escrita.

         

Uso da vírgula entre os termos da oração

Casos em que não se usa vírgula

·         Entre sujeito e predicado;

Exemplo:

Todos os componestes da mesa recusaram a proposta.

·         Entre o verbo e seus complemento;

Exemplo:

O trabalho custou sacrifício ao realizadores

·         Entre o nome e o complemento nominal e o adjunto adnominal.

Exemplo:

A intrigante resposta do mestre ao aluno despertou reações.

 Casos em que se usa a vírgula.

·          Para marcar intercalação:

 ─ do adjunto adverbial:

Ele, com razão, sustenta opinião contrária.

─ da conjunção

Não há, portanto, nenhum risco no negócio.

─ da expressões explicativas ou corretivas:

Todos se omitira, isto é, colaboraram com os adversários.

·         Para marcar inversões:

─ do adjunto adverbial (no inicio da oração):

Por cautela, deixamos um depósito.

Observação:  Neste caso pode-se omitir a vírgula, a menos que o adjunto adverbial tenha certa extensão.

─ do complemento pleonástico antecipado antecipado ao verbo:

Casos mais importantes, já os apresentei.

─ do nome de lugar antecipado às datas:

São Calos, 09 de setembro de 1961.

·         Para separar termos coordenados (em enumeração):

O livro estava sujo, rasgado, imprestável.

·         Para marcar elipse ou apagamento do verbo:

Nós trabalhamos com fatos; vocês, com hipóteses.

Neste caso a vírgula está marcando a elipse do verbo trabalham.

·         Para isolar o vocativo:

Não demores tanto, meu filho.

·         Para isolar o aposto:

O tempo,nosso inimigo, foge muito rápido.

Uso da vírgula entre as orações do período

 Orações subordinadas substantivas

As orações citadas não se separam da oração principal por meio do de vírgula.

Exemplo:

Não se imaginava → oração principal

que a propaganda seria tão agressiva → oração subordinada substantiva objetiva direta.

Oração substantiva apositiva

Ela se separa por dois-pontos ou por vírgula.

Exemplo:

Esta ordem, que não devia comer os biscoitos, foi rigorosamente cumprida.

Orações subordinadas adjetivas

Adjetiva restritiva:

Não se separa da principal por meio de vírgula.

Exemplo:

São raros os programas de TV → oração principal                                      
que trazem algum proveito → oração subordinada adjetiva restritiva.

Observação: Ocorrerá o vírgula depois da oração subordinada adjetiva restritiva, principalmente se ele ter certa extensão ou se termina por um verbo próximo ao da oração seguinte.

Exemplo:

Diante da pressão → oração principal                                                              
que governadores e prefeitos fizeram → oração subordinada adjetiva restritiva acataram-se várias alterações à lei da reforma tributária→ oração principal

Adjetiva explicativa:

Vem sempre isolada entre vírgulas.

Exemplo:

O juiz, → oração principal

que era íntegro, → oração subordinada adjetiva explicativa                           
não se vendeu. → oração principal.

Orações subordinadas adverbiais:

Sempre é correto o uso da vírgula nessas orações e a oração principal.

Exemplo:

 Ainda que a situação tenha sido adversa, →  oração subordinada adverbial

conseguimos bom resultado → oração principal

A vírgula é obrigatória quando a adverbial vem antes da principal, ou vem intercalada.

Exemplo:

O fornecimento de energia, → oração principal

se não chover em outubro, → oração subordinada adverbial

será racionado. → oração principal

Orações coordenadas assindéticas

Elas se separam por vírgula

Exemplo:

Pegou o recado,→ oração coordenada assindética

leu-o, → oração coordenada assindética

disparou para a rua.→ oração coordenada assindética

Orações coordenadas sindéticas

As coordenadas sindéticas, com exceção das aditivas iniciadas por “e”, se se separam por vírgula.

Exemplo:

Penso, → oração coordenada assindética

logo existo → oração coordenada sindética conclusiva

Nestes casos a vírgula vem sempre antes da conjunção.

Coordenadas sindéticas introduzidas por “e”

Elas podem separar-se por vírgula caso:

·          Se os sujeitos das orações interligadas forem diferentes:

Exemplo:

Os responsáveis eram eles, →  coordenada assindética (sujeito =  os responsáveis)

 os nós tivemos de assumir. → coordenada sindética aditiva (sujeito = nós)

·         Caso o e vier repetindo várias vezes a título de ênfase (em figura de linguagem, esse repetição chama polissíndeto).

Exemplo:

E falou, e pediu, e insistiu.

Orações intercalados

Elas se separam-se por vírgulas.

Exemplo:

Não podemos,

dizia ele,→ oração intercalada.

pagar o bem com o mal.

Observação: Orações intercalada pode vir também separada pelo duplo travessão ou por um parênteses, isso depende do destaque que se queira dar a ela.