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sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Livro de apoio para o ensino da gramática:

Ensino da gramática.
Opressão? Liberdade?


O autor inicia sua obra apontando três ordens de crises independentes da escola para o problema dos usos da oralidade e escrita, mas que acabam tendo relação com ela e deságua na ação da mesma, a primeira crise é na ordem institucional, ou seja, na própria sociedade privilegiando o coloquial, o espontâneo e expressivo. A segunda crise é na universidade que são apresentadas ora paralelas, ora conflitivamente. A terceira crise é na própria escola onde são feitas as distinções às variações de gramáticas dando atenção para algumas escolhidas por professores.


A obra ressalta a fracassada tentativa de mudança chamada “tradicionalismo”, onde após várias pesquisas na linguística e na educação, foram constatadas graves falhas que prejudicaram o ensino de Língua Portuguesa atrás dos recursos de didáticos, que foram produzidos causando efeitos desastrosos ao seguir esse modelo de ensino que privilegiava a linguagem coloquial e ia contra a gramática em sala de aula. Desta forma, teve como resultado a sua abolição por professores e até sistemas estaduais de ensino na década de 60.


Enfatiza também o papel do professor de língua materna impondo a sua missão de transformar seu aluno num poliglota dentro da sua própria língua, possibilitando-lhe escolher a língua funcional adequada a cada momento de suas necessidades, tanto no convívio escolar quanto no convívio social.


Bechara defende o ensino da gramática normativa, possibilitando o falante a optar, no exercício da linguagem, pela linguagem funcional que mais lhe convém à expressão.


Destaca muito bem o ponto primeiro de distinguir a educação linguística aqui proposta da tradicional. Ele faz crítica ao currículo tradicional que põe em execução com vistas à educação linguística que se mostra em geral na prática, antieconômica, banal, imatura e por isso mesmo improdutiva.


Fala da escola como um todo harmônico e cada matéria como um componente desta orquestra, ou seja, cada professor de língua como alvo principal e essencial a cultura integral dos educandos. 


Em termos gerais ele destaca que o objetivo principal e essencial da escola consiste na formação, aperfeiçoamento e controle das diversas competências linguísticas do aluno e distingue dois tipos de competência linguística: competência da descodificação (ou receptiva); competência da produção linguística (ou ativa).


Fala também que a escola deverá ensinar aos alunos a estratégia do ouvir, permitindo-lhes assumir uma atitude de concentração nos pontos mais importantes da informação, uma atitude de seleção e hierarquização dos aspectos substantivos e adjetivos da mensagem, bem como saber avaliar os procedimentos de argumentação da pessoa com quem falam. Igual atenção deverá merecer da escola o ensino da leitura, da redação e da aula de gramática. Frisando que a gramática não se confunde com a linguística, tendo em vista os principais objetivos de cada uma.


Em relação à formação de professores, ele toca em alguns pontos que considera neurológicos, ou seja, intensamente dolorosos para um melhor desempenho dos professores egressos dos cursos superiores de Letras.


Ele fala sobre a linguística e disciplinas afins que sem dúvida carreiam elementos imprescindíveis e indispensáveis à formação do professor de língua portuguesa, mas não pretende substituir esse professor pelo professor de Linguística ou de teoria da Comunicação, por exemplo.


Outro ponto que ele chama atenção são os cursos de formação de professores de Língua Portuguesa, que diz respeito aos procedimentos pedagógicos a serem utilizados em sala de aula. Pouco aproveita os profundos conhecimentos teóricos que eles venham a ter de sua disciplina, se lhe faltam as condições mínimas do saber didático-pedagógico que lhes permitam desvendar ao aluno os segredos dessa ciência.


"Ensino da gramática. Opressão? Liberdade?" é voltada para professores de Língua Portuguesa que devem ter um posicionamento mais aberto em relação ao uso das modalidades de ensino referente à didática do uso da língua, pois o autor invés de lançar críticas aos métodos que são a norma culta e a forma coloquial, ele orienta o professor a utilizar as duas modalidades de ensino, dando a cada uma o seu devido posicionamento e mostrando o modo adequado para cada situação sem oprimir o uso dessas práticas de ensino.


Bechara retrata suas ideias de modo objetivo e formal sendo claro, expondo o uso da linguagem de maneira simplificada, mostrando para o leitor a importância do aprendizado da gramática sem opressão, destacando também a compreensão de que o falante deve fazer uso de várias formas de comunicação, sendo esse assim ele, um poliglota na sua própria língua, produtor de discursos variados capaz de compreender diferentes línguas.


Bibliografia: ANTONIO, Carlos. Letra Seis - Resenha de Gramática.  2013. Disponível em: http://galeratelematica.blogspot.com.br/2013/10/resenha-ensino-de-gramatica-opressao.html
Acesso em: 15/09/2016.

BECHARA, Evanildo. Ensino da gramática. Opressão? Liberdade?. Editora Ática. 5ª edição. São Paulo. 1991.


Opiniões pessoais e compreensão do texto por parte do grupo


É importante ressaltar que nós, estudantes de Letras, devemos dar maior atenção ao ensino de gramática aos nossos futuros alunos. 
Os Parâmetros Curriculares Nacionais nos proporcionam uma gama de conteúdos propostos para os professores. Entretanto, existe uma notável defasagem de professores dispostos a ensinar gramática. Mas por quê?
O fato é que a realidade das escolas  brasileiras é outra. As diretrizes da PCN não estão sendo correspondidas devido a divergência entre alunos e professores.
Tal divergência acontece porque os alunos tem maior dificuldade para aprender a matéria proposta á eles, que são planejadas e aplicadas por professores despreparados e incapazes de ensinar uma gramática plena e consistente.
É preciso repensar o modo de aplicação do ensino da matéria e, desde já, preparar-se e empenhar-se para dispor aos alunos uma diversidade de métodos de ensino-aprendizagem que sejam completos e com carga informacional suficiente para formar os alunos.
Este livro trata exatamente sobre isso, a defasagem dos professores e de seus educandos.

Recomenda-se a leitura do livro e de artigos relacionados ao ensino da gramática para maior aprofundamento no assunto.

Boas pesquisas e bons estudos, colegas!


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